É impossível assistir os noticiários na televisão e não se comover com a situação de centenas de famílias vitimadas pelas chuvas que atingiram o Estado do Rio de Janeiro esta semana. Já são mais de 184 pessoas mortas pelas enchentes e deslizamentos de terra. Analisando as imagens de ‘caos’, vários questionamentos passam pela minha cabeça, sendo o primeiro deles, como isso foi acontecer? Seria uma revolta da natureza contra as ações insanas do homem que vem depredando o meio ambiente?
Para alguns religiosos, o fato pode ser explicado com o jargão ‘Final dos Tempos’. Mas creio que ainda temos muitos anos para viver neste mundo e esta seria uma maneira muito simplista de encarar a situação e redimir o homem de suas responsabilidades. Nesta linha de pensamento pergunto: onde está a responsabilidade do cidadão que decide construir sua moradia em locais não apropriados, sem o mínimo de segurança e infra-estrutura, colocando a família toda em risco?
Refletindo um pouco mais sobre o caso, questiono: Onde estava o poder público no momento em que as primeiras moradias começaram tomar parte dos morros, sem preparação do terreno, sem alvará de construção e projeto de engenharia? Porque não foi buscada uma outra alternativa de moradia para estas famílias? Porque o homem continua desmatando a mata virgem, produzindo e jogando lixo desordenadamente, colaborando para que as enchentes ocorram com maior frequência?
Agora, depois do desastre acontecido, um decreto do prefeito do Rio, Eduardo Paes, define que os moradores que se encontram em áreas de risco sejam retirados de suas residências, mesmo contra a vontade, ou seja, a força, inclusive, com o auxílio da polícia. Tudo em nome da proteção das vidas.
Também, em medida emergencial, foram liberados pela prefeitura do Rio cerca de R$ 125milhões para que as secretarias municipais possam realizar obras que aplaquem os estragos causados pelas chuvas. A administração municipal aguarda, ainda, a liberação de mais R$ 270 milhões, para as obras na Praça da Bandeira. O governo federal já colaborou com R$ 90 milhões para obras de contenção de encostas e limpeza de rios. Doações por parte de instituições e empresas públicas e privadas chegam em vários postos de recolhimento.
Enfim, o brasileiro é muito solidário e quando a coisa aperta aparece projeto, dinheiro, decreto, o povo mostra realmente do que é capaz. Pelo que vejo, precisamos ser estimulados negativamente para tomarmos uma atitude. Isso é muito ruim porque, desta forma, trabalharemos sempre a ‘remediar’ o problema, e nunca, em se ‘precaver’ dele. O que Rio enfrenta hoje é uma mostra do nosso despreparo com as chuvas. Quem sabe, não é desta vez que o Brasil vai aprender que para ganhar uma Olimpíada, é preciso, antes, se preparar e trabalhar duro para estar a altura dos adversários.
sábado, 10 de abril de 2010
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