quarta-feira, 14 de abril de 2010

Educação sem prioridade

A Educação no Brasil nunca foi tratada com a prioridade que merece. No entanto, em todos os discursos ela tem sempre a maior das atenções. Passado o momento do debate, vencidas as eleições, o discurso some e a realidade muda pouco.

No plano federal, o governo Lula avançou bastante. Criou um piso salarial para os professores e pelo menos 13 universidades públicas. Mesmo assim, ainda somos devedores na oferta de ensino de qualidade e de uma visão acadêmica que permita a inserção de universitários na vida do País.Em todo caso, a atenção existiu, embora seja importante trabalhar o aprofundamento e a expansão da atual política para a Educação.

Quando se leva em conta o que se pratica no Estado de Minas, vemos que não há política pública conseqüente para a Educação. O governo Aécio Neves, marcado por uma gestão baseada no marketing, pode até contar com boa aprovação, mas pouco tem feito de real nesta área.

Reconheço como necessária e justa a luta que os professores estão travando agora. Filho de professora, Dona Aleida (Aleida Maia Lemos), acompanhei sua trajetória tanto em sala de aula como também como primeira dirigente da 27ª Superintendência Regional de Ensino e percebia o foco na dedicação ao ensino, no apoio ao aluno, no suporte à família, fazendo da escola uma extensão da casa de cada aluno. Os professores tinham autoridade para ensinar e também para fazer cidadãos responsáveis e atuantes no meio em que estavam inseridos.

A política adotada hoje nas escolas e incentivada pelo Estado confunde direito e cidadania, muitas vezes, com desobediência sem possibilidade de correção de comportamento. E isto eleva o stress. E um stress que é multiplicado por “N” vezes quando se percebe que a remuneração dos servidores da área não consegue garantir o sustento e a dignidade do professor.

Em momentos como este, não se vê mesmo outra alternativa, senão fazer um movimento de mobilização e, se for o caso, parar com as aulas até que os educadores sejam ouvidos e contemplados nas suas reivindicações.

Pode ser que o governo tenha demandas importantes para serem atendidas, mas se ele quiser mudar este quadro só existe uma maneira: investir recursos na Educação, valorizar os profissionais, e trabalhar uma escola viva, participativa, que garanta a presença dos professores em maior tempo dentro dela.

Definitivamente, quando percebemos que há mais de 14 anos os professores mineiros não recebem reajuste digno, só temos um caminho: solidarizar-se com eles e torcer para que não parem a luta enquanto não forem ouvidos.

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