Hoje é 13 de maio. A data que se comemora a libertação dos escravos no Brasil. Diferente do que aconteceu nos Estados Unidos, no nosso País, a luta abolicionista não ocorreu com sangue, mas houve dor. A simples ideia de que homens podiam naquela época fazer outros homens de escravos já é uma dor que não se apaga. Nem a libertação pagou o passado, o passivo que temos com a raça negra ainda é muito grande.
Por isso, quando vejo alguém se colocando contra as cotas raciais, como se ela estimulasse o racismo, indago se os chicotes que deixaram marcas no lombo de tantos seres humanos não seriam estímulos para um ódio que poderia ter perdurado centenariamente. Não é o que vemos, porém. O negro luta pela integração, torna-se referência como atleta (Pelé, Ademar da Silva, Daiane dos Santos, entre outros), vestem a roupa da Pátria e representam orgulho para todos os brasileiros.
Mas e o que mora na favela? Aquele vizinho nosso, na casa humilde? Tem certeza que são observados com o mesmo olhar de admiração? Não são eles que a polícia para na blitz, vítimas de suspeitas infundadas estigmatizadas na cor da pele? É certo que isto não terá fim pela simples compreensão. Temos, como sociedade, que saldar esta dívida social e assegurar as cotas raciais nas universidades. Não é favor, antes um dever histórico, que se impõe a uma Nação para que ele mereça o respeito de ser chamada assim.
Por coincidência do destino, acontece neste dia 13 de maio, na Câmara Municipal de Passos, o lançamento da minha pré-candidatura a deputado estadual. Para nós do PMDB e moradores deste lado das Minas Gerais, o significado não é pequeno. Já beira os vinte anos que não temos deputado estadual eleito.
Em dois momentos de minha vida, aceitei o desafio de me candidatar a deputado federal. Na segunda vez, acabei assumindo por oito meses. Foi uma oportunidade que procurei não perder e, por isso, me esforcei para dar uma intensidade forte à minha ação parlamentar. Graças a esta disposição, que considero normal no meu ritmo de trabalho, levei a efeito tarefas inadiáveis que se não fossem realizadas naquele momento não teríamos nem condições hoje de pleitear qualquer nova candidatura.
Trabalhei com empenho para a criação da Universidade Pública, lutei pela regularização do Parque Nacional da Serra da Canastra, tratando da questão da exploração sustentável da pedra mineira, além da tarefa de trazer o SAMU para Passos, que veio, voltou, e agora, depois de um novo trabalho que realizamos, retornou para ficar. Não posso deixar de mencionar a inclusão no Orçamento da União dos recursos necessários para que a região pudesse ter o Hospital Regional do Câncer.
Claro que não fiz isto sozinho. Lá estavam companheiros de partido, como o deputado federal Saraiva Felipe, o senador Hélio Costa, e também, pessoas de outros partidos como Odair Cunha (PT), Geraldo Tadeu (PPS) e Carlos Melles (DEM). Mas a força política que representávamos naquela hora se fez presente e a diferença. Não era um grito no deserto. Foi uma voz respaldada em cerca de 80 mil votos que foi ouvida com respeito.
Ao lançar a minha pré-candidatura a deputado estadual, o meu partido (PMDB) espera de mim essa capacidade de articulação, de realização, e trabalho de alcance social. Coloco meu nome e minha história à disposição para que os companheiros de partido avaliem, e afirmo que da minha parte vontade não falta.
Desde já agradeço ao senador Hélio Costa, nosso candidato ao governo de Minas; ao ex-prefeito de BH, Fernando Pimentel; ao presidente do PMDB e deputado federal, Antonio Andrade; Saraiva Felipe, Odair Cunha, Anderson Adauto e as mais de 40 cidades convidadas e que já confirmaram presença nesta quinta-feira. Quero dizer que não sinto como se estivesse lançando a minha pré-candidatura, mas participando da luta pelo resgate da representação que a nossa região merece.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
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