terça-feira, 30 de março de 2010

A sucessão em Minas

Estamos ainda a seis meses das eleições gerais de outubro, mas desde já, a discussão em torno dos projetos políticos começam a tomar conta das análises e rodas de discussão, embora seja necessário frisar que o tema não empolga o eleitorado, como bem demonstram as mais recentes pesquisas.
Por outro lado, é importante para quem tem atuação e militância, que não fuja ao tema e coloque seu ponto de vista com transparência. É o que farei neste texto, como militante do PMDB e avaliando uma aliança que foi feita no Brasil e colocou o país em destaque, não por acaso, mas em razão do desenvolvimento social e da distribuição renda que levou milhões de pessoas abaixo da linha pobreza a se inserirem no tecido social produtivo brasileiro.
Há uma idéia de que o governo Lula, alicerçado na aliança histórica PMDB/PT e outros partidos, deu sequência ao governo anterior de FHC. Isto não é verdade. Fernando Henrique, PSDB e DEM, implantaram no país uma política monetária que ajudou no controle da inflação, é preciso reconhecer, mas daí para a frente, que o foco foi o econômico e o privilégio para o capital no lugar do social.
A política de desenvolvimento social implantada por Lula, no contexto da aliança que dá sustentação ao governo federal, tirou milhões de pessoas da linha da pobreza e transformou o Brasil num canteiro de obras, além de estímulo ao consumo, aquecendo a produção, gerando empregos, que bateram recordes na atual gestão, melhorando a qualidade de vida da nação, acrescentando renda ao bolso das classes D e E, sem causar prejuízos significativos à classe A.
Em 2010 esses dois projetos vão se confrontar. Do lado de cá, vai estar Dilma, que já mostrou sua capacidade gerencial e velozmente ganha contornos de líder política, seguindo os passos de Lula.
Mas é certo que para ser eleita precisa de alicerces em todos os Estados. No caso, vou me ater a Minas Gerais.
Aqui em Minas, Dilma Roussef conta com aliados fortes, tanto no PT (Fernando Pimentel e Patrus Ananias), como no PMDB (Hélio Costa) e no PRB (José Alencar). Mas é necessário saber administrar este quadro para que a força política exposta nele não se dilua e seja usada toda em favor de uma provável candidatura de Dilma.
É normal a movimentação de afirmação em torno de prováveis candidaturas, como recentemente fizeram Pimentel e Patrus, selando acordo para que o PT lance um nome para concorrer ao governo.
O cenário pesquisado, porém, não favorece este raciocínio, já que Hélio Costa lidera todas as pesquisas de opinião com larga folga. O que se recomenda é calma, juízo e capacidade de articulação.
Se o bom senso prevalecer, que acredito que irá ocorrer, Hélio Costa será sacramentado candidato ao governo de Minas, com um vice do PT e José Alencar para o senado. Esta composição garante a continuidade de um projeto desenvolvimentista, que teve início há oito anos, com a primeira eleição de Lula para presidente.

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